Democracia

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domingo, 23 de junho de 2013

AFINAL, PARA QUE SERVE O PRÁ CUIDAR DA PROFISSÃO? (Parte 4)


AFINAL, PARA QUE O PRÁ CUIDAR DA PROFISSÃO? (Parte 4)


Marcos Ferreira
Uma prática que ninguém duvida que seja um tipo de “invenção” do Cuidar da Profissão na Psicologia é exatamente a ideia de nos portarmos como um movimento. Nossa ideia é de ter uma articulação continuada e reconhecível publicamente. Uma organização que permita tanto aos demais colegas quanto aos próprios apoiadores e militantes compreender e intervir nos debates. Pois bem, até isso tem sido alvo de critica por parte da nossa oposição. Como se fosse ruim criar um mecanismo que dê longevidade e visibilidade ao que é proposto para a Psicologia.
Mas essa crítica é compreensível. Até recentemente muitos de nós (eu inclusive) acreditávamos que o desenvolvimento da Psicologia no Brasil tinha sido fruto de um conjunto de variáveis que não tinham sido administradas por ninguém. Um tipo de desenvolvimento cego. Entretanto, com um olhar mais atento é possível perceber que sempre houve alguns grupos e personalidade que ocuparam um lugar de destaque nessa condução. Nunca se apresentaram como um grupo organizado e nunca admitiram que estavam articulados. Mas, apontaram as mesmas teses e sempre se apoiaram de um modo que ficava invisível para os demais que se tratava de uma ação articulada.
Quando estive na Presidência da ABEP, vivi situações muito interessantes. Houve um momento em que o INEP devia constituir uma comissão de avaliação para a Psicologia. Acompanhei todo o processo e fiquei espantado porque na proposta final da comissão surgiram nomes que sequer tinham sido mencionados na consulta prévia feita pelo INEP. Fui perguntar e me dei conta de que um sistema muito antigo tinha funcionado para que a comissão fosse composta sem a legitimidade da autorização coletiva. Oras, mesmo contando com movimento e entidades de caráter nacional, a articulação de gabinetes quase derrubou as combinações feitas às claras.
Nosso empenho em construir um movimento “enxergável” rompe com essa tradição. A gente não precisa se esconder nem mudar de nome e, para isso, zelamos por nossas práticas de forma contínua. Temos grupos organizados em quase todo o Brasil. Fazemos convenções nacionais com representação de dezoito estados brasileiros. Tudo sempre pago do nosso bolso e para isso fazemos campanhas de arrecadação e contribuição de todos os militantes. Vale a pena participar do Cuidar da Profissão.

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