Democracia

“Sem democracia e igualdade, nenhuma paz é possível”

Princípios do Prá Cuidar

Movimento Prá Cuidar da Profissão
 
      A história da Psicologia Brasileira nos últimos 16 anos está diretamente ligada à trajetória do “Movimento Prá Cuidar da Profissão”. Este movimento foi constituído em 1996, no momento em que a Psicologia enquanto ciência e profissão necessitava de maior abertura democrática, para acompanhar o processo político e econômico da sociedade como um todo. Neste sentido, a construção de referências para a atuação profissional era uma necessidade premente, as quais deveriam ser pautadas no compromisso ético com a população brasileira.

      Neste período, o projeto defendido pelo Prá Cuidar para a Psicologia pode ser sintetizado na consigna “Psicologia e Compromisso Social”, ou seja, compromisso social não com um tipo de sociedade, especificamente, mas no sentido de uma prática profissional na direção de que as pessoas (às quais a prática psicológica se destina) tenham maior possibilidade de interferir na sociedade. Para tanto, se fazia necessário a organização de princípios que norteariam o modo de efetivar a participação dos representantes do Movimento nas Entidades da Psicologia, em especial, as relacionadas à gestão do Sistema Conselhos, à formação e ao mundo sindical.

      Diante disso o Movimento Prá Cuidar da Profissão definiu como princípios:
 
I. Trabalhar com a diversidade da Psicologia que nos constitui enquanto campo, sem preconceito e de forma dialogante, haja vista que compreendemos que a melhor forma de resolver os problemas de nossa profissão está na pluralidade de pessoas e grupos que a constituem;

II. Construir muitas lideranças significativas, instaurando processos coletivos de trabalho e decisão, rompendo assim com todo o personalismo;
                  
III. Zelo e cuidado com o patrimônio institucional, que é responsabilidade política dos dirigentes e de seus colaboradores, pois a gestão dos conselhos é gestão do que é público;
 
IV. Defender a democracia direta, aquela que possibilita a presença física dos sujeitos políticos no debate público e a sua mobilização, garantindo a ampla difusão das informações que são necessárias a participação das (os) psicólogas (os) nos espaços de expressão e posicionamento, sobretudo para o pensamento que nos é crítico e divergente;

V. O futuro da Psicologia deve passar pela sua capacidade de se fazer útil a maioria da população brasileira. Diante disso, não existe contradição entre o “Cuidar da Profissão” e a luta em prol de uma sociedade justa e democrática, pela garantia dos direitos humanos e de práticas ética e cientificamente responsáveis, considerando as demandas sociais, em especial as políticas públicas;
 
VI. Organizar institucionalmente a profissão por meio da construção de diretrizes éticas e técnicas, que permitam uma atuação pautada na garantia de direitos e no compromisso social da Psicologia.